terça-feira, 31 de março de 2009

Há que chamar os bois pelos nomes


- Poema de J. C. Ary dos Santos\Resumo\Edição do autor\ Distribuição Livraria Quadrante\1972.
[comprado em Coimbra na Unitas - Cooperativa Académica de Consumo, em 2/6/1972]

2 comentários :

Anónimo disse...

Amigo Óscar:
Quando passo pelo Palhaça Cívica, é quase irresistível não dar uma espreitadela neste blog, onde muita coisa me atrai: a dimensão humana acima de tudo; mas também a afectividade e os laços de ternura para com os amigos (que sorte a do saudoso Carlos Luzio, ter amigos deste quilate...), a variedade e qualidade dos assuntos tratados, a "heterodoxia", a análise distanciada que prescinde dos óculos embaciados da ideologia. Em suma, a irreverência e a fogosidade juvenil (sim, juvenil, pois cada idade tem a sua própria juventude), a recusa constante em dobrar a cerviz à curvatura dos interesses instalados.
Andava para dizer isto há tempos. Calhou ser hoje, ao ler o magnífico poema do Ary dos Santos, poeta do amor e da ternura, mas também do sarcasmo demolidor contra as injustiças e as misérias do mundo. Obrigado por esta evocação ao poeta de "As portas que Abril abriu" e por todas as poesias que no blog tens espalhado. A poesia não deixa de ser uma forma de subversão. E, parece-me, é disso que todos andamos precisados. Suplementos de alma, neste tempo de cruéis incertezas e outras tantas injustiças, embrulhadas no celofane garrido dos consensos moles. Faz cada vez mais falta gente da estirpe de um Mário Cesariny de Vasconcelos, de um Luiz Pacheco, de um Ary dos Santos. Gente que atirava verdadeiras pedradas no charco e conseguia assustar alguns gansos do nosso triste Capitólio. A mim, apetece-me subverter o adágio e dizer: de poeta e de louco, todos temos muito pouco. O que é uma pena...
Um abraço.

Anónimo disse...

Sim, um prato e um prato, um cão um cão e um gato um gato, um caco não é um copo nem um prato porque um caco é um caco e um prato um prato…
Mas com imaginação e a vontade que vem do coração, saltamos a razão e de um caco fazemos um prato e um copo, e tudo mais que dos der emoção…

Zé Carlos (não Pereira Ary dos Santos)