quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Andam druidas na costa

Há lugares assim, como que mágicos, ainda por cima à beirinha do mar.
S. Paio de Labruge é um daqueles sítios onde a natureza parece ser dona do espaço e do tempo.
Há ruínas dum povoado piscatório pré-romano (por sinal bem protegidas e assinaladas), penedos (chamados “amoladoiros” porque os pescadores amolavam os seus utensílios nos rochedos), gravuras nas rochas e – tinha de ser - uma ermida sobranceira ao mar, dedicada ao jovem mártir S. Pelayo ou S. Paio e certamente ali erigida para cristianizar um local onde não faltam vestígios de cultos pagãos.
E depois sabe bem passar por tantos terrenos inundados de milho que por pouco não beijam o mar. Parece que mais a norte o povo das aldeias resiste ainda e sempre ao invasor.
S. Paio é como um navio de pedra, capaz de resistir àquilo que muitos insistem em chamar progresso.
Estou em regressar lá um dia destes, numa manhã de nevoeiro e mar agreste. Quero encontrar druidas de foice de oiro na mão a cortar o visco que há-de servir de poção mágica.
E duendes,
Fadas
E feiticeiras que curam males.
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- Mais uma vez associo o tema à BD, trazendo à lembrança o
Panoramix e O Navio de Pedra.