quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

emboscada


A revista Visão foi uma lufada de ar fresco no período de grande explosão da BD portuguesa pós-25 de Abril.
Caiu-nos do céu entre Abril de 1975 e Maio de 76 (12 números); o que é bom dura pouco. Vitor Mesquita e Machado da Graça foram os autores de "matei-o a 24", história (*) dum ex-soldado traumatizado pela guerra colonial. Eduardo vai relatando a um colega de trabalho da oficina de automóveis um episódio vivido em Moçambique com um guerrilheiro depois de ter sido ferido numa emboscada...
Na vinheta seguinte à da estranha reacção de Eduardo em pleno Rossio (imagem), a namorada aconselha-o a ir a um médico.
Ir a um médico?! para quê?! que pode um médico fazer por mim?
Sabem lá eles dos diabinhos que nos martelam a cabeça, camarada Eduardo!!
Partir pedra, precisamos é de partir pedra: no quintal, na vinha, no local de trabalho, no raio que a parta!
E, em vez de virar costas, dá jeito ir dando aos diabitos algum espaço de manobra, deixá-los uma vez por outra ir mata adentro; pode ser que lhes calhe a eles pisar uma das minas que infestam os trilhos das nossas memórias.
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(*) A história não teve continuidade; quando sai o n.º 6, Vitor Mesquita já não dirige nem publica na Visão.

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