sábado, 21 de agosto de 2010

Caviar de sangue

Fui há dias convidado para comer caviar acabadinho de chegar do Daguestão, uma república autónoma russa que faz fronteira com a Rússia, a Tetchénia, a Geórgia e o Azerbeijão e é banhada a nascente pelo mar Cáspio, exactamente onde é pescado o esturjão das famosas ovas [ikra, em russo].
Os povos do Daguestão são maioritariamente muçulmanos sunitas, de hábitos moderados e tradições milenares. Com o desaparecimento da URSS, os radicais islâmicos vêm-se infiltrando no país a partir da Tetchénia, tentando implantar ali uma república islâmica, que designam como Emirato do Cáucaso.
Não olham a meios e a violência instalou-se no Daguestão. Os assassinatos, atentados suicidas e confrontos armados passaram a ser o pão nosso de cada dia.
Ao que me disse a cliente, natural do Daguestão e casada em Portugal, os millitantes islâmicos aliciam as pessoas oferecendo 7.000 dólares a quem seguir a sharia. Como consequência, o Daguestão passou a viver em estado de sítio, com tanques diariamente na rua e militares armados com a velha kalash.
Tudo isto me faz pensar se o mundo não estaria melhor nos tempos da URSS e da Jugoslávia do Tito.
Estalinismos à parte...

1 comentário :

Anónimo disse...

Independentemente de ideologias, acho preferível uma ditadura onde há ordem e segurança do que uma pseudo-democracia onde não se percebe bem quem manda e a insegurança e violência são uma constante.