Ficam sabendo que o post anterior mais não serviu do que para abrir o apetite para um caso doméstico de consequências bem mais gravosas do que as ocorridas nos sertões brasileiros.
Desde há muito que o drama do desaparecimento dessa ave dos nossos tempos de rapazolas, a sombria de boa memória, me vem atazinando o espírito liberal mas ecológico de que sempre julguei ser senhor.
Quem viveu comigo os gloriosos tempos de meninice sabe muito bem do que falo. Nós vivíamos para “ir aos costelos”, sobretudo aos que roubávamos ao Jó, ao falecido primo Adélio e até àqueles a quem não estávamos ligados por laços de sangue.
Chegámos a fazer excursões pelo misterioso sertão que para nós eram as “terras das areias”, ali mais para as cercanias do mar. Munidos de frigideira e pequeno fogareiro a petróleo, chegámos a acampar por lá enquanto as largas dezenas de costelos aguardavam o romper da aurora e com ele a chegada das pobres sombrias e boieiras.
É mais por causa das primeiras que desabafo no divã psicanalítico que são os blogues. Sim, nós contribuímos para o extermínio da emberiza ortulana!!
Essa mesma, a sombria que fazia as nossas delícias na frigideira! A sombria ansiosa por depenicar o bichinho do milho atado bem ao centro do costelo! A sombria que, por isso mesmo, era gordinha e apetecível!
O Atlas da Aves que nidificam em Portugal Continental não precisava de dizer que o canto da sombria “audível a grande distância, começa a ouvir-se em meados de Abril”. Disso, a malta ainda se lembra!
Como se não bastasse, a carta de fls. 203 do Atlas dá-as como proliferando um pouco mais para o interior do centro e norte do país, em especial a Serra da Estrela. Não acredito!
Quem viveu comigo os gloriosos tempos de meninice sabe muito bem do que falo. Nós vivíamos para “ir aos costelos”, sobretudo aos que roubávamos ao Jó, ao falecido primo Adélio e até àqueles a quem não estávamos ligados por laços de sangue.
Chegámos a fazer excursões pelo misterioso sertão que para nós eram as “terras das areias”, ali mais para as cercanias do mar. Munidos de frigideira e pequeno fogareiro a petróleo, chegámos a acampar por lá enquanto as largas dezenas de costelos aguardavam o romper da aurora e com ele a chegada das pobres sombrias e boieiras.
É mais por causa das primeiras que desabafo no divã psicanalítico que são os blogues. Sim, nós contribuímos para o extermínio da emberiza ortulana!!
Essa mesma, a sombria que fazia as nossas delícias na frigideira! A sombria ansiosa por depenicar o bichinho do milho atado bem ao centro do costelo! A sombria que, por isso mesmo, era gordinha e apetecível!
O Atlas da Aves que nidificam em Portugal Continental não precisava de dizer que o canto da sombria “audível a grande distância, começa a ouvir-se em meados de Abril”. Disso, a malta ainda se lembra!
Como se não bastasse, a carta de fls. 203 do Atlas dá-as como proliferando um pouco mais para o interior do centro e norte do país, em especial a Serra da Estrela. Não acredito!
Então e a miudagem de lá não toma uma atitude!
*
Ando a correr atrás do Outro,
como fazem
dois meninos brincando no jardim…
…até me achar, de repente,
sem saber como, o Outro lá da frente,
que vai fugindo de mim.
*
- Imagem do "Atlas das Aves que nidificam em Portugal "\ Coordenação de Rui Rufino \ Edição do Serviço Nacional de Parques, Reservas e Conservação da Natureza \ Centro de Estudos de Migrações e Protecção de Aves (CEMPA) \ 1989.
- Poema de Sebastião da Gama (Brincadeira), extraído de Serra-Mãe – Poemas \ Colecção Poesia das Edições Ática \ 4ª edição. [comprado em Outubro de 72, num intervalo de brincadeiras de má lembrança]
- Poema de Sebastião da Gama (Brincadeira), extraído de Serra-Mãe – Poemas \ Colecção Poesia das Edições Ática \ 4ª edição. [comprado em Outubro de 72, num intervalo de brincadeiras de má lembrança]
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