domingo, 31 de agosto de 2008

Às armas!

Salta à vista que se acabaram para nós os tempos dos brandos costumes, pelo menos no que diz respeito à segurança dos cidadãos.
Em traços muito gerais julgo ser capaz de acertar em três ou quatro razões de fundo:
- actual crise económica e os elevados níveis de desemprego que arrastou (entre 8 e 8,5%, a taxa mais elevada da zona euro); - excesso de garantismo na defesa dos arguidos, acentuado com a reforma do Código de Processo Penal (Lei 48/07, de 29/8) e em especial com a branda Lei da Política Criminal (Lei 51/2007, de 31/8); - deficiente controlo das pessoas conotadas com o mundo do crime, que saíram das prisões na sequência das ditas reformas e de que resultou a redução em mais de 50% dos presos do país;
- impreparação e inadequação dos orgãos de polícia criminal para enfrentar tipos de criminalidade a que não estávamos habituados.

Quem lida diariamente com os tribunais, sobretudo no patrocínio dos arguidos, percebe facilmente que os delinquentes se vinham convencendo cada vez mais da sua impunidade: numa Justiça feita por tansos, aqui no sentido de gente com excesso de boa fé que acredita cegamente na bondade dos seus concidadãos e nos ideiais regenerativos, o crime compensa mesmo. Se não compensasse, não estaríamos a assistir ao actual aumento da criminalidade violenta, sobretudo a que incide sobre os chamados crimes contra o património.
O resultado foi o esperado, se calhar o desejado: o governo recuou e continuará a recuar, fazendo jus à fama de autoritário de que o 1º ministro granjeia e de que o povão tanto gosta. Depois do Salazar tivémos o Cavaco e depois deste temos o Sócrates, o qual - salvaguardadas as devidas distâncias temporais e ideológicas - me parece mais próximo do estilo do ditador que durante 40 anos marcou as nossas almas e, muito em especial, o nosso corpinho.
Está-nos no cerne: gostamos de quem manda, quer e pode mandar.
A criminalidade violenta tem os dias contados?
O tanas!
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Se bem repararam, os diplomas que citei foram publicados no mês de Agosto, o que nos reconduz ao 2º texto editado no passado dia 6 (ir ao arquivo do blogue ou clicar na etiqueta abaixo, em Mais do mesmo / Corporações)
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Imagens extraídas de "Lucky Luke - Os Dalton continuam à solta", pág. 4, com um piscar de olho à dupla imorredoura, MORRIS & GOSCINNY.

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