quinta-feira, 5 de março de 2009

Nino de morte matada

Nenhum dos grandes líderes dos movimentos de libertação das nossas ex-colónias teve uma morte pacífica: Amílcar Cabral e Eduardo Mondlane morreram em atentados preparados pela Pide; para o povo angolano, Agostinho Neto foi assassinado pelos soviéticos a pretexto dum operação a que se submeteu em Moscovo; quando viajava de Lusaka para Maputo, o avião cedido pelos soviéticos a Samora Machel despenhou-se em território sul-africano.
Deles não resta senão a mais desbragada corrupção, um acumular infindável de fortunas ganhas à custa da fome e miséria do povo.
Quanto a Nino Vieira (27/2/1939 - 2/3/2009), prefiro pensar que morreu a combater quando militares seus assaltaram o palácio presidencial num acto de vingança pelo assassinato na véspera do chefe do estado maior.
Foi a combater pela independência da Guiné-Bissau que o corajoso Nino se tornou lendário, transformando num inferno o dia a dia das forças militares portuguesas aquarteladas em Guileje, Gadamael, Gandembel, Cacine, Catió e tantos outros locais de morte da zona sul da Guiné.
Nino não resistiu à selva urbana. Que descanse em paz, de mãos dadas com aqueles de nós que morreram a lutar por uma causa que não era nossa._
Imagens extraídas de Guerra Colonial, de Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes, Edição Notícias Editorial/2000.

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